Díli (timorpost.com) – Toma posse no dia 1 julho o IX Governo Constitucional. Em jeito de antevisão, o investigador da Lao Hamutuk, Celestino Gusmão, apresentou, nesta sexta-feira (30.06), um dia antes da tomada de posse do novo governo, as principais preocupações do povo timorense.
Desemprego, saúde e nutrição, economia, infraestruturas, importações. São estes os problemas que, aos olhos da sociedade civil, devem ser prioritários para o novo governo, para responder às necessidades da população de Timor-Leste.
“Timor-Leste enfrenta sérios problemas de desemprego. Muitos jovens decidiram procurar melhores condições de vida no estrangeiro. No futuro vai ser pior, se o governo não encontrar alternativas para resolver este problema”, realçou Celestino.
Em 2021, foi lançado um relatório conjunto, pelo Ministério das Finanças, e a Secretaria de Estado para a Formação Profissional e Emprego (SEFOPE), sobre o mercado de trabalho em Timor-Leste. De acordo com o relatório, de um universo de 809 mil cidadãos passíveis de integrar o mercado de trabalho, 247 mil estavam desempregados e 234 mil tinham emprego (142 mil homens e 92 mil mulheres). Os valores apresentados ascendem assim aos 33% de taxa de desemprego, se forem considerados os cidadãos com mais de 15 anos, que não sejam estudantes, reformados ou que não procurem ativamente emprego.
O pesquisador informou, também, que Timor-Leste sofre de insuficiência na produção de alimentos e, por isso, continua a depender dos produtos importados. “O Governo deve investir já nos setores produtivos como a agricultura, o turismo e a indústria, para que o país possa reduzir a taxa de importação”, disse Celestino.
Para o representante da ONG, grande parte da população vive em áreas remotas, por isso não tem acesso aos bens de primeira necessidade, entre eles, alimentos nutritivos, o que acaba por ter um impacto direto na taxa de má nutrição.
O Ministério da Agricultura e Pescas (MAP) apresentou, em 2020, os resultados de uma pesquisa, que revelam uma taxa de má nutrição de 47,14%, enquanto que os dados mais recentes mostram uma descida de apenas 0,04%, ficando os valores em 47,1%.
Celestino considera que o novo Governo deve utilizar o dinheiro que provém do petróleo para investir em recursos humanos de qualidade, em todos os setores, bem como na criação de mecanismos para aliviar as despesas do Estado.
“Não podemos depender do fundo petrolífero, porque um dia ele vai acabar. Precisamos de investir em recursos humanos de qualidade, para poder reduzir os problemas que o país enfrenta”, concluiu Celestino
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