Díli (Timor Post) – A Presidente da Associação de Parteiras em Timor-Leste (APTL), Natália de Araújo, disse que o Hospital Nacional Guido Valadares (HNGV) e os hospitais de referência de Baucau, Maubisse e Covalima não dispõem de parteiras com as qualificações académicas exigidas.
“Segundo o decreto n.º13/2012, a profissão de parteira é assumida pelos enfermeiros especialistas em Enfermagem de Saúde Materna e Obstétrica. No entanto, o que assistimos, quer no hospital nacional quer nos de referência, é a ausência destes profissionais”, afirmou Natália de Araújo aos jornalistas, esta segunda-feira (06/12), após a comemoração do Aniversário da APTL, no Hotel Luz Clarita, no bairro Formosa.
Face à lacuna destes profissionais de saúde, a responsável salientou que as unidades hospitalares necessitam de ter nos seus quadros parteiras especializadas em trabalho de parto para assegurarem a assistência médica, designadamente na gravidez e no nascimento.
“As parteiras em Timor-Leste apresentam um nível de educação abaixo do desejável, pois só têm o diploma um e três desde a ocupação indonésia. Não dispomos de parteiras especializadas em trabalho antes, durante e após a gravidez, assumindo também a responsabilidade pela condução do trabalho de parto e dos cuidados ao recém-nascido. Disponibilizamos apenas profissionais com os graus A e B”, frisou.
Outra questão levantada por Natália de Araújo prende-se com o facto de as parteiras que exercem as suas funções desde a ocupação indonésia se manterem no mesmo escalão face às suas colegas mais novas, auferindo, assim, o mesmo vencimento.
A presidente fez, por isso, um apelo ao Ministério da Saúde que reforçe a capacitação dos dos profissionais de saúde, através da atribuição de bolsas de estudo a futuras parteiras. (res)
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