Díli (timorpost.com) – A Organização Não Governamental (ONG) Luta Hamutuk (LH) pediu ao Presidente da República (PR) que vete o Projeto-Lei nº 4/VI (1ª) sobre o Estatuto dos Deputados para receberem, mensalmente, os subsídios de transporte num montante de 1.600 dólares americanos e de saúde num total de 600 dólares.
O diretor da LH, José Alves, disse que o subsídio deve ser criado apenas para enfrentar as situações de emergência, como reforçar a economia, ao invés de oferecer aos parlamentares que já têm viaturas ao seu dispor.
“Os deputados não efetuam nenhuma fiscalização às condições das estradas, dos centros e postos de saúde, entre outros. Não merecem receber os subsídios, pois nunca vimos nenhum deles ir a pé para o PN. Peço, como tal, ao Presidente da República que analise o projeto de lei antes de o promulgar”, informou o responsável ao Timor Post, esta quarta-feira (29/11), no seu local de trabalho, no Farol.
Afirmou ainda que o PN podia alocar subsídios para a compra de ambulâncias, porque o serviço de saúde nos municípios não possui meios suficientes para transportar os doentes das áreas remotas a fim de receberem o tratamento nos centros de saúde.
“Precisamos de aumentar o número de motoristas e de ambulâncias, com vista a garantir o atendimento médico à população, algo que os representantes do povo ignoram por estarem preocupados consigo próprios”, referiu.
Segundo o dirigente, os parlamentares estão ávidos por materiais e dinheiro para enriquecer as suas famílias, grupos e partidos, sem se interessarem pelos problemas sociais enfrentados pela população.
“Os deputados não têm nenhuma razão que possa convencer a comunidade sobre a obtenção do subsídio de transporte, pois cada um tem já em sua posse uma viatura de luxo”, realçou.
Lembrou, por último, a declaração do PR segundo a qual “cerca da metade da população vive atualmente na pobreza extrema”, pedindo, mais uma vez, o veto do Chefe de Estado e que seja alocado o orçamento nos programas para a redução da pobreza.
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