Massacre de 4 de Setembro de 1999: familiares exigem feriado nacional

Augusto Sarmento - Nacional
Reportajen : Constantino Savio
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Díli (timorpost.com) – Os familiares das vítimas do massacre de Au-hun consideram que o Estado timorense deveria declarar o dia 4 de setembro como feriado nacional. As declarações tiveram lugar na segunda-feira (04.09), em Becora, Díli, numa celebração do dia que marcou o início do “Setembro Negro”, em Timor-Leste.

Quatro de Setembro de 1999 foi o dia do anúncio dos resultados do referendo, no dia 30 de agosto. Naquela altura, as milícias espalharam o terror pelas ruas de Díli e assassinaram pessoas inocentes, incluindo nove residentes na Aldeia de Au-Hun. O mês de setembro passou a ser conhecido em Timor-Leste como “Setembro Negro”, como forma de recordar a destruição provocada pelas tropas indonésias e pelas milícias timorenses que defendiam a integração.

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Para Sertório Júnior Ximenes, o então (em 1999) chefe da Aldeia de Au-Hun, o 4 de Setembro foi um dia muito importante para o povo de Timor-Leste, porque marcou o início da “luta final” pela independência e das tréguas com o país invasor.

“É muito triste que o Estado não tenha considerado ainda este dia como feriado nacional. Ninguém comemora verdadeiramente este dia, porque as pessoas estão apenas preocupadas com o seu dia de trabalho”, enfatiza Sertório Ximenes.

Florinda Nunes Saldanha, uma das sobreviventes da tragédia, explica que o 4 de Setembro foi um dia amargo. Por um lado, a felicidade por ser o primeiro passo para a independência, por outro, o cenário terrível que se criou rapidamente em Díli, anunciando uma liberdade que seria comprada com sangue e lágrimas.

O esposo de Florinda Nunes, Luciano Siqueira, não conseguiu escapar e foi assassinado às mãos das milícias. Foi uma das nove vítimas mortais do Massacre de Au-Hun.

“Ao ouvir que o meu marido foi morto, fiquei paralisada. Não podia fazer nada, todos foram para o mato, depois da consulta popular. Não tivemos sequer quem nos ajudasse a cuidar da família e a enterrar o meu marido”, conta Florinda, em lágrimas.

No dia 4 de setembro de 1999, cinco dias depois de 446.953 timorenses, dos 451.796 eleitores recenseados terem votado, saíram os resultados do referendo. Foi uma adesão histórica – 98,9% –, naquele que foi o primeiro ato democrático em Timor-Leste no caminho para a restauração da independência. Dos votos válidos, contaram-se 344.580 (78,5%) votos a favor da independência e 94.388 (21,5%) pela integração no estado indonésio, como 27ª província.

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