Díli (timorpost.com) – O Ministério Público (MP) acusou, na segunda-feira (24/05),no primeiro interrogatório, um cidadão indonésio natural de Liquiçá, de fraude eleitoral e de falsificação agravada por ter alegadamente tentado ir às urnas no dia 21 maio nas eleições parlamentares de 2023, no Centro de Votação do Suco de Darulete, em Liquiçá.
O MP pediu, por isso, ao Tribunal Distrital de Díli que aplique a medida de coação mais gravosa, a prisão preventiva, com uma garantia de 30 mil dólares americanos.
Já o advogado do arguido, Mariano da Cruz, solicitou que seja aplicada a apresentação periódica ao seu cliente, dado que todos os documentos oficiais do cidadão estão nas mãos das autoridades policiais, o que vai dificultar a sua possível fuga.
“Além disso, o arguido está a residir na sua própria residência, em Liquiçá, e já quer ficar na sua terra natal, depois de ser ter reformado da Polícia da República da Indonésia no passado dia 1 de maio. Desde 2005, sempre que há cerimónias culturais na família, o meu cliente vem para Timor-Leste para participar nestes eventos. Vivia em Kefa, na Indonésia, após ter fugido de Liquiçá, devido aos conflitos de 1999,com a sua esposa, que na altura estava grávida, situação esta que não lhe permitiu ir ao mato para se esconder das milícias. A fuga para a Indonésia foi o último recurso”, contou o advogado ao Timor Post, na segunda-feira (23/05), em Caicoli.
Mariano da Cruz revelou ainda que o seu cliente adquiriu o cartão de eleitor de forma legal, tendo sido permitido pelo Chefe do Suco de Darulete, “com base numa declaração das autoridades de Kefa, na Indonésia”, local onde o arguido residia.
Nas suas declarações ao Tribunal, o cidadão indonésio disse que veio para Timor-Leste por iniciativa própria.
“Chegou ao país no dia 17 de maio para iniciar o processo de obtenção de cidadania. O arguido já tinha participado também nas eleições presidenciais de 2022 e ninguém questionou”, adiantou o advogado.
O julgamento presidido pelo juiz Álvaro Maria Freitas foi adiado para dia 24 de maio de 2023.
Recorde-se que o cidadão indonésio foi detido pelo Comando Municipal de Liquiçá após ter sido confrontado pelos habitantes de Darulete, quando este tentou entrar na fila para a votação, pois os residentes conhecem-no como cidadão indonésio que sempre visita a sua família em Liquiçá.
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