DÍLI – O Ministro do Interior em exercício, Filomeno da Paixão de Jesus, disse na segunda-feira (06/01) que os antigos grupos de Artes Marciais (GAM) proibidos pelo Governo se têm envolvido em crime organizado e, pediu, por isso, ao Executivo que tome medidas sérias.
“O GAM não é um grupo puro. Envolve-se também em crime organizado. Ouvi dizer que alguns se deslocaram para a Indonésia de modo a prestarem juramento perante o Alcorão e a bandeira indonésia. Que é isto? Somos uma nação, não uma província. Esta é uma questão muito séria. O Governo deve olhar para esta questão e dialogar”, referiu o ministro, em declarações aos jornalistas, no Ministério das Finanças, em Aitarak Laran.
Paixão salientou ainda que iria, este ano, comunicar com o Ministro dos Negócios Estrangeiros e Cooperação (MNEC), Dionísio Soares, para discutir o assunto em causa com o Governo indonésio.
“Hoje, o Major-General Lere Anan Timur referiu também que o Executivo deve tomar já medidas com seriedade, discutindo a questão. Iremos, este ano, conversar com o MNEC em busca de respostas”, afirmou.
O governante recordou, de igual modo, que os agentes policiais fizeram um “bom trabalho” na detenção de membros dos GAM que tentaram passar a fronteira para prestarem juramento e mudar de cinto na Indonésia.
“Apesar de os polícias deterem os membros dos GAM, levando-os à Procuradoria e ao Tribunal, esta não é competência dos oficiais. A Procuradoria-Geral, o Tribunal e todos nós devemos cooperar de modo a pôr fim a esta questão”, salientou.
Também o Chefe de Estado-Maior das FALINTIL-Forças de Defesa de Timor-Leste (F-FDTL), Major-General Lere Anan Timur, pediu aos oficiais destas forças e da Polícia Nacional de Timor-Leste (PNTL) envolvidos em GAM que “transitem para a vida civil em vez de embaraçarem o nome da instituição”.
“Embora existam membros das F-FDTL e PNTL que fazem parte deste grupo, deve haver imparcialidade. Quem quer pertencer a este grupo, é melhor transitar para a vida civil do que embaraçar a instituição”, sugeriu o Major-General.
Lere lembrou ainda que tinha já dado ordem aos oficiais das forças armadas para controlarem os militares que se pretendem deslocar ao estrangeiro.
“Fiz apelo a todos os oficiais que controlassem os seus membros, sobretudo aqueles que se querem deslocar ao estrangeiro. Embora a deslocação seja privada, enquanto elemento pertencente à instituição deve informar o seu comandante que nesse dia vai para este local e tratar deste assunto, visto que um militar [tem um estatuto] diferente”, apelou.
Segundo o General, alguns timorenses consideram Timor-Leste uma “segunda nação”. Insistiu, por isso, que “não traiam a nação” e salientou também que, caso as F-FDTL e PNTL mostrem esta atitude, serão submetidos a processos disciplinares.
“A meu entender, existem regulamentos que podem condenar este tipo de comportamento e que são válidos tanto para as F-FDTL como a PNTL. Através desta medida podemos abrir processos disciplinares”, concluiu. (jry)
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