DÍLI – O Procurador-Geral da República (PGR), José da Costa Ximenes, rejeitou comentar a queixa apresentada pelo Secretário-Geral da Frente Revolucionária do Timor-Leste Independente (FRETILIN), Mari Alkatiri, contra os líderes da Comissão Política Nacional do partido Congresso Nacional da Reconstrução de Timor-Leste (CPN-CNRT).
“O processo de investigação está em curso. Não devo fazer comentários sobre a questão em causa”, disse o PGR, esta quinta-feira (25/02), aos jornalistas, à margem da sua audiência com o Presidente do Parlamento Nacional (PPN), no PN.
Recorde-se que, recentemente, o presidente da CPN-CNRT, Kay Rala Xanana Gusmão, pediu ao atual Secretário-Geral da FRETILIN e ao Ministério Público (MP) que não suspendessem o caso no Tribunal.
Xanana exigiu, pelo contrário, ao MP que acelerasse o processo judicial da queixa em causa, “sem misturar as coisas”, rejeitando a aplicação do Termo de Identidade e Residência (TIR) aos membros da CPN-CNRT.
Segundo Xanana, o povo timorense tem direito à justiça e à verdade no caso de suborno que Mari Alkatiri terá recebido da petrolífera ConocoPhillips, entre os anos de 2002 e 2004, durante as negociações relativas às perfurações no Mar de Timor, altura em que Mari desempenhava o cargo de Primeiro-Ministro timorense.
Já o membro da CPN-CNRT Jacinto Rigoberto destacou, em conferência de imprensa, na sequência da reunião do partido a 15 de fevereiro, que o encontro convocado teve por objetivo analisar e debater alguns problemas enfrentados pelo país, entre outros, a pandemia da covid-19, a fragilidade institucional do Estado, a ineficiência e incapacidade governativa em inúmeros setores, incluindo o processo judicial relativo à queixa de Mari Alkatiri.
“Manifestamos a nossa preocupação relativamente à continuação do processo judicial no Tribunal, pois foi-nos aplicado o TIR, impedindo, como tal, a nossa liberdade de circulação, quer como membros da CPN quer como cidadãos”, disse Jacinto Rigoberto, aos jornalistas, na sede do CNRT, no Bairro dos Grilos, Díli.
O ex-governante acrescentou que estão à espera da chamada do MP, sugerindo que seja feita em breve e de forma profissional.
“Aguardamos que o Parlamento Nacional levante, em breve, a imunidade dos deputados do CNRT para que se possam apresentar no MP de forma a apressar o processo judicial, pois não concordamos com um prolongamento indefinido do TIR”, concluiu. (jry)
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