Díli- O Chefe do suco de Caicoli, Hipólito Marques Sarmento, disse que dez agregados familiares afetados pela construção do novo Quartel-Geral da Polícia Nacional de Timor-Leste (PNTL) rejeitam qualquer indemnização concedida pelo Estado por considerarem que o valor é insuficiente.
O líder do suco falava aos jornalistas no âmbito da participação do lançamento da primeira pedra do novo edifício, na passada sexta-feira (10/01), em Caicoli.
Hipólito lembrou que o problema teve início em 2014 e que, desde essa altura, embora tenham cooperado com a Secretaria de Estado das Terras e Propriedades para efetuar mediação junto das famílias afetadas, não obtiveram resultados positivos.
“Tentámos por diversas vezes resolver o problema. Reunimo-nos com a população, mas esta não concorda. Fico descontente com o Estado, pois estas famílias residiam aqui desde 1930. Gastaram imenso dinheiro durante a governação indonésia e reabilitaram muitas vezes as suas residências. No entanto, agora, o Governo alega que o local pertence ao Estado”, lamentou.
Segundo o líder comunitário, apesar de os moradores colaborarem com o Estado, receberam uma indemnização muito inferior ao valor que deviam.
“Moraram aqui desde o tempo português. Agora veem-se na obrigação de sair do local e mudar para outro. Será que dez mil dólares são suficientes para os moradores investirem numa nova residência? Julgo que não”, afirmou.
“Dos 17 agregados familiares, apenas sete aceitaram receber a respetiva indemnização. Já os restantes, apesar de o Estado ter transferido o dinheiro para as suas contas bancárias, recusam levantá-lo. Recordo que vivem neste local desde o tempo português. Não aceitam o valor da indemnização por o considerarem insuficiente”, insistiu, lembrando que estes habitantes pediram ao Governo um valor de 20 mil dólares americanos.
“Saímos de um lugar para outro, o que significa que necessitamos de mais recursos para construir uma nova residência. Pediram, por isso, uma indemnização de 20 mil dólares, dez para a aquisição do terreno e a outra metade destinada à construção da casa. Não posso chegar lá e solucionar diretamente a questão. Sou apenas o representante do Estado e do povo, uma espécie de ponte que liga os dois para resolver qualquer problema que ocorre na comunidade”, explicou.
O chefe do suco apelou de igual modo ao Governo e à população que pusessem termo à questão, “através de um caminho digno”.
“Qualquer processo de desalojamento a cargo do Estado deve ser feito com dignidade para que possa ser garantida as condições adequadas aos habitantes”, concluiu. (jry)
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