DÍLI- O relatório da Pesquisa Nacional sobre Trabalho Infantil em Timor-Leste de 2016 mostra que 16,1% das crianças timorenses, entre os cinco e os 17 anos, são vítimas de trabalho infantil perigoso, revelou o Secretário de Estado da Formação Profissional e Emprego (SEFOPE).
“As crianças com uma atividade laboral perigosa são prejudicadas em termos de saúde mental e física e ainda ao nível da educação. A título de exemplo, temos crianças que trabalham nas hortas, na plantação de legumes, vendem bens nas ruas e outras que trabalham em restaurantes”, disse Alarico do Rosário, esta quinta-feira (29/10), no Timor Plaza.
Já a representante do Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF, em inglês), Valérie Taton, disse que o trabalho infantil não afeta somente Timor-Leste mas também o resto do mundo.
“O trabalho infantil não é exclusivo de Timor-Leste. Manifesta-se no mundo inteiro, onde se estima que cerca de 152 milhões de crianças são vítimas do trabalho infantil, sendo que quase metade tem um trabalho perigoso”, disse.
A dirigente afirmou também que as crianças são forçadas a trabalhar devido aos fracos recursos socioeconómicos dos seus familiares que, muitos deles, viram perder o emprego.
“Esta situação deixa-nos perplexos, pois, como é sabido, o trabalho infantil pode causar problemas sérios em termos físicos, levando, em casos extremos, à morte. Isto pode originar casos de escravidão e exploração sexual e económico. Este flagelo impede que as crianças frequentem a escola ou tenham cuidados de saúde, limita os seus direitos fundamentais e ameaça o seu futuro”, adiantou.
Valérie acrescentou que a pesquisa sobre o trabalhador infantil realizado pelo Governo timorense em 2016 dá conta de que mais de 68 mil crianças estavam envolvidas em atividades laborais.
Ainda segundo o mesmo relatório, 17 mil crianças têm um trabalho perigoso. (jho)
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