DÍLI- Júlio Barros Soares, vendedor de mobiliário e artigos em vime, mostra-se preocupado com a quebra de rendimento verificada durante a vigência da cerca sanitária e do confinamento obrigatório em Díli.
“Antes de o Governo decidir impor a cerca sanitária em Díli, ganhávamos mais de 75 dólares americanos por dia. Contudo, agora, não temos nenhum rendimento”, afirmou o vendedor, esta quinta-feira (25/03), à jornalista do Timor Post, em Becora, Díli.
Júlio Barros Soares lamentou ainda o facto de algumas empresas terem sido forçadas a fechar as suas portas durante a cerca sanitária, fazendo com que perdessem inúmeros clientes.
“Desde a implementação do estado de emergência que muitas empresas tiveram de encerrar. Esta situação tem condicionado o meu negócio ao ponto de nos últimos dias nada lucrar. Com a cerca sanitária e o confinamento domiciliário, o problema agravou-se”, disse.
Segundo o comerciante, o vime para a produção dos artigos é adquirido no Posto Administrativo de Laclubar, em Manatuto.
“Vendemos a preços diferentes, consoante o tamanho dos artigos. Os mais pequenos vendemo-los a 25 dólares americanos”, disse.
Júlio Barros Soares recordou que, no período anterior à imposição da cerca sanitária, “todos circulavam nas ruas da capital a venderem este mesmo produto”, incluindo os seus pais.
O comerciante destacou ainda a necessidade de ter que recorrer a esta vida de vendedor ambulante para apoiar os estudos dos seus irmãos e primos que frequentam o ensino superior em Díli.
“Como os meus pais não têm dinheiro suficiente para pagarem os estudos universitários dos meus irmãos, decidi então enveredar por este tipo de trabalho para os ajudar.
“Com este trabalho, não dependo dos meus pais que estão atualmente no município. Esforço-me para obter algum rendimento. É importante lutar no dia a dia”, disse. (isa)
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