Díli (timorpost.com) – A associação de Direitos Humanos e Justiça (HAK, sigla em indonésio) pede às partes competentes que investiguem o projeto de construção da Igreja Católica de Aimutin, por a obra estar parada desde 2019.
O diretor-executivo da tutela, Feliciano de Araújo, notou que houve uma violação das regras de aprovisionamento, pois o gestor da construção não prestou atenção ao andamento do projeto.
“Peço que haja uma investigação profunda sobre a obra, que está parada há tantos anos. É uma violação das regras relativas ao uso do fundo de subvenção. O IX Governo deve identificar quem elaborou o contrato do projeto com a Igreja de Aimutin e a que empresa a obra foi entregue, visto que o dinheiro é do Estado”, disse Feliciano, no passado domingo (30/07) ao diário Timor Post.
A HAK sugeriu à Igreja, ao Governo e à empresa construtora que, em conjunto, efetuassem um esclarecimento ao público sobre o atraso da construção, pois os fiéis estão à espera do edifício.
Fonte, em anonimato, da Igreja informou o Timor Post, no passado sábado (29/07) que a construção parou devido à falta de orçamento.
Segundo a mesma, uma construção deste tamanho, quando paralisada, significa que deve haver problemas internos entre a Igreja e a empresa construtora, não tendo havido nenhuma fiscalização ao projeto.
Segundo a notícia divulgada antes pelo Timor Post, o diretor da Agência de Desenvolvimento Nacional (ADN, IP), Mariano Renato Monteiro da Cruz, revelou que a construção da igreja ficou parada devido à falta de dinheiro e que necessita de um orçamento adicional.
“Na nossa verificação, fui informado que o fundo concedido pelo Governo não foi suficiente para a conclusão da obra”, informou o diretor, no seu local de trabalho, em Caicoli, Díli.
Recorde-se que, em 2021, o Governo alocou uma verba de dois milhões de dólares americanos para a edificação da nova igreja de Aimutin. Contudo, segundo o relatório da ADN, seria necessário um fundo de cinco milhões de dólares. Assim, a Igreja deve procurar mais verbas para poder continuar a construção.
Já o diretor-executivo do Serviço de Apoio à Sociedade Civil e Auditoria Social (SASCAS) do Gabinete do Primeiro-Ministro, Edwin Soares Noronha, declarou que o Governo, em 2021, acrescentou 4.000 dólares ao valor inicial, perfazendo um total de três milhões de dólares.
“O SASCAS não pode apoiar mais, porque não há nenhum orçamento específico para o referido projeto. O Governo de Timor-Leste e a Conferência Episcopal Timorense (CET), em nome da Santa Sé, tinham assinado um acordo para que qualquer apoio financeiro do Executivo à Igreja Católica fosse gerido pela CET. A gestão da construção da igreja de Aimutin cabe, por isso, à CET”. Disse Edwin Noronha.
Adiantou que o SASCAS não tem nenhum aprovisionamento direto relativo aos projetos, pois cabe-lhe apenas gerir o orçamento do Estado alocado ao apoio à sociedade civil, incluindo a subvenção às instituições religiosas.
“Demos apoio à Igreja sem nos envolvermos em qualquer aprovisionamento, que é a competência da Paróquia”, frisou o diretor do SASCAS.
Entretanto, a construção da igreja atingiu já os 83,5%.
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