Díli (timorpost.com) – O Presidente da República, José Ramos Horta, e o seu homólogo português, Marcelo Rebelo de Sousa, encontraram-se, esta quarta-feira (02/11), com os jovens timorenses alojados no Pavilhão da Polícia Municipal de Lisboa vítimas de atos ilegais de agências de viagem em Timor-Leste, que “fazem promessas falsas aos jovens”.
Segundo as vítimas, foram-lhes prometidos emprego e alojamento em Portugal, mas a realidade veio mostrar o oposto. Estão sem trabalho e pernoitaram em jardins públicos durante vários dias, antes de serem alojados no referido centro de acolhimento.
O Chefe de Estado português disse, entretanto, que recebeu informação do governo timorense para que fosse encontrada uma solução o mais breve possível que possa pôr termo à situação.
“Vocês [Os timorenses] receberam informações de quem? Como é que vieram parar aqui? Vieram cá para fazerem o quê?”, questionou Marcelo Rebelo de Sousa, no comunicado de imprensa a que o Timor Post teve acesso.
Questionado sobre o caso, as vítimas responderam que viajaram até Portugal com o propósito de tratar toda a documentação para a obtenção da nacionalidade portuguesa.
Marcelo Rebelo garante igualmente que os dois Estados estão a desenvolver esforços no sentido de solucionar a questão, “quer os que pretendem ficar em Portugal quer os que manifestam vontade de serem repatriados”.
“Em nome dos dois países, vamos conseguir pôr fim a esta situação de acordo com as regras existentes”, garante.
José Ramos Horta agradeceu, por sua vez, ao seu homólogo a sua disponibilidade para “dialogar com os jovens e inteirar-se do seu sofrimento”.
“Por isso, peço-vos [aos jovens vítimas] que não estejam preocupados e receosos, porque vamos encontrar uma solução”, assegura.
Lembrou ainda que deu já orientações às autoridades de segurança de Timor-Leste para investigarem os grupos ilegais que terão enganado os jovens timorenses.
Também Luís Ximenes, vítima de burla, mostrou o seu agrado pela prontidão dos dois chefes de Estado em solucionar o caso, salientando que ambos estão determinados em identificar e punir os grupos que enganaram os jovens timorenses com promessas de trabalho em Portugal.
“A agência prometeu-nos emprego. Viemos cá para trabalhar. Contudo, fomos completamente enganados e abandonados. Sem trabalho nem alojamento. Agradecemos aos presidentes de Timor-Leste e de Portugal o facto de nos querer ouvir as nossas preocupações”, disse.
Pediu, por último, aos dois líderes que os ajudem no tratamento dos seus documentos, como o passaporte e segurança social, para permitir aceder ao mercado de trabalho em Portugal.
Marcaram também presença no encontro a Ministra dos Negócios Estrangeiros e Cooperação timorense, a Embaixadora timorense em Portugal, a Embaixadora portuguesa em Timor-Leste e representante do Governo português.
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