Díli (timorpost.com) – O JU,S Jurídico Social Consultoria promoveu, na quarta-feira (28/06), um briefing sobre a reportagem sensível ao género, destinado aos jornalistas da área da justiça de vários órgãos de comunicação social.
A representante do JU,S, Maria Agnes Bere, disse que a atividade teve como objetivo melhorar os conhecimentos dos jornalistas sobre a igualdade de género, especialmente no que toca às questões sensíveis ao género na escrita jornalística, com destaque para os crimes de violência doméstica e violação sexual.
“Os textos jornalísticos devem utilizar palavras adequadas para evitar ofensas às vítimas de violência doméstica e de crimes de natureza sexual”, explicou Maria Agnes Bere, aos participantes, na quarta-feira (28/06), no Farol.
A responsável lembrou ainda que o Conselho de Imprensa já tinha desenvolvido um manual sobre a reportagem sensível ao género, para ajudar os jornalistas a evitarem notícias que suscitam preconceitos contra as vítimas.
Segundo os resultados da análise do JU,S, há reportagens que continuam a defender a separação do papel entre homem e mulher.
“Apesar dos esforços do CI e de outras entidades relevantes para sensibilizarem os jornalistas sobre o tema, nos produtos jornalísticos, continuam a verificar-se falsas afirmações sobre a separação do papel entre mulheres e homens. Por isso, hoje [28/06] é um momento oportuno para que os jornalistas possam discutir o assunto, esclarecendo as suas dúvidas ligadas à questão. Assim, através das suas notícias, vão educar a nossa sociedade para não continuar a atribuir a culpa às vítimas”, afirmou.
Assegurou também que o JU,S está sempre disponível para esclarecer as dúvidas dos jornalistas, sempre que precisarem.
“Este tipo de encontro não vai parar aqui. Vocês, os jornalistas, podem organizar discussões acerca do tema, se tiverem dúvidas. Estaremos disponíveis para vos apoiar”, garantiu.
Segundo Maria Agnes Bere, os magistrados também ainda são pouco sensíveis ao género na elaboração de perguntas ou documentos sobre os crimes de violência doméstica e violação sexual.
A jornalista do Suara Timor Lorosa’e Teresinha de Deus reconheceu, por sua vez, que tinha escrito várias notícias sobre justiça que culpabilizam apenas as mulheres, assegurando que esta formação foi muito útil para dar início a um trabalho mais sensível ao género.
“Na formação, abordámos também o assunto ligado ao respeito pelo segredo da justiça, com destaque para o crime de violência sexual. Espero que o JU,S mantenha este tipo de formação para melhorar o conhecimento dos jornalistas sobre questões da justiça no âmbito da igualdade de género”, concluiu.
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