Seminário Menor e ex-seminaristas desmentem publicação do Diligente

Augusto Sarmento - Geral
Reportajen : Constantino Savio
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O reitor, Padre Natalino Soares, lê o “direito de resposta” às alegações de maus-tratos no SENOFA. Foto: Constantino Savio

Díli (timorpost.com) – Ontem (22.06), no recinto do Seminário Menor de Nossa Senhora de Fátima (SENOFA) em Balide, Díli, a equipa formadora, em conjunto com estudantes e antigos alunos, apresentou um comunicado de imprensa, como “direito de resposta” à reportagem do Diligente, publicada no passado dia 11 de junho, intitulada – “Agressões e alimentação má: ex-seminaristas denunciam maus-tratos no Seminário Menor”.

O comunicado de imprensa, lido pelo padre Natalino Soares, Reitor do Seminário Menor, refere que “as denúncias do órgão de comunicação Diligente online são falsas e de conteúdo difamatório, atingindo diretamente a dignidade e os direitos dos envolvidos e comprometendo a honra e reputação institucional do SENOFA”.

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“O Diligente, como meio de comunicação que inclusive acaba de ser lançado, deve prezar o bom jornalismo e, como tal, não deve publicar sensacionalismo, rumores ou revelações falsas feitas no anonimato, mas sim primar pelo interesse público, pela honestidade precisão e clareza”, enfatizou o Reitor.

Para o reitor do SENOFA, os casos apresentados pelo Diligente são fictícios, uma vez que não indicam quaisquer fontes de informação e não foram confirmados junto da direção do seminário menor, antes da sua publicação.

Alderito Lay Alves Pereira, ex-seminarista, considera que as fontes que prestaram declarações para a reportagem do Diligente o fizeram a título pessoal e não representam todos os ex-seminaristas. “Os antigos alunos do SENOFA estão prontos para testemunhar a qualidade de formação do seminário e exigimos às fontes que prestaram declarações com nome fictício que revelem a sua identidade”, enfatizou Alderito.

Para o porta-voz do SENOFA, o Diligente tem direito à liberdade de expressão, mas acrescentou que “é um insulto para a qualidade da formação do seminário, porque a publicação não respeita a dignidade da pessoa humana, já que se referiu à má alimentação, como se servisse apenas para dar aos animais”.

Quanto à revelação da identidade das fontes, a Lei da Comunicação Social de Timor-Leste nº 5/2014, no artigo 19.º, diz que “o jornalista tem o direito ao sigilo profissional, não podendo ser obrigado a revelar as suas fontes de informação, excetuando quando assim ordenado pelo tribunal, nos termos da lei processual penal”.

Por outro lado, Eduardo da Silva, diretor do Diligente, disse que avaliar o conteúdo jornalístico, em termos de veracidade, de violações à integridade humana ou de difamação de uma instituição, é competência do Conselho de Imprensa (CI), como órgão superior da comunicação social em Timor-Leste.

“O Conselho de Imprensa não vê qualquer erro nesta reportagem e considera que a publicação não viola nem as leis, nem o código de ética do jornalista”, enfatizou Eduardo.

Relativamente à declaração do padre Natalino Soares, sobre a parcialidade da informação recolhida pelo Diligente, que não “ouviu” a direção do seminário menor, o Diretor do Diligente explicou que, no dia 27 de março, enviaram uma carta ao SENOFA com o objetivo de entrevistar o reitor sobre o dia a dia dos seminaristas. “O Seminário aceitou o pedido de entrevista e, no dia seguinte (28.03), os jornalistas chegaram ao local, mas não estava lá ninguém.”

No dia 1 de junho, a equipa do Diligente tentou contactar o padre Natalino por telefone, mas o reitor rejeitou dar as declarações, dizendo que “os jornalistas não podem ser estúpidos e sem ética, quando não têm licença para publicar. Eu tenho o direito de dizer que não”.

Depois desta rejeição, o Diligente, com a reportagem já pronta, na esperança de que o Seminário Menor fizesse uso do seu direito de resposta, aguardou 10 dias para a poder publicar, o que acabou por acontecer no dia 11 de junho.

No final do comunicado, o reitor referiu que vai “deixar a cargo do Advogado da Arquidiocese, em parceria com o gabinete jurídico, as devidas diligências necessárias em prol da reposição da sua honra e reputação institucional”.

Caso a igreja queira levar este processo para a justiça, Eduardo reafirmou que, como cidadão num país de direito democrático e seguro de que o trabalho jornalístico cumpriu com o previsto na lei, o Diligente está pronto para cooperar com a justiça.

Com vários órgãos de comunicação presentes na conferência de imprensa, em nenhum momento foi permitido aos jornalistas fazer perguntas.

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