Diferentes níveis de conhecimento de português afetam desempenho de professores de ensino básico e secundário

Augusto Sarmento - Educação
Reportajen : Joana Silva
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Grande parte dos participantes do evento era de formandos do projeto PRO-Português/Foto: Joana Silva (Timor Post)

Timorpost.com I EDUCAÇÃOOs professores do ensino básico e secundário têm diferentes níveis de conhecimento em língua portuguesa, de acordo com Nelson de Jesus Barros, um dos formadores timorenses do projeto PRO-Português, colocado em Covalima.

“Poucos falam fluentemente o idioma, outros compreendem, mas não se conseguem expressar”, disse o formador do PRO-Português.

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Nelson Barros era um dos participantes do evento que aconteceu no salão do Instituto Nacional de Formação de Docentes e Profissionais da Educação (INFORDEPE), em Díli, na sexta-feira (5.05), no âmbito da celebração do Dia Mundial da Língua Portuguesa, comemorado na referida data.

Iniciado em 2019, o PRO-Português é uma formação específica para melhorar as competências dos professores timorenses do ensino básico e secundário em língua portuguesa. Inicialmente, o projeto tinha a previsão de ser concluído em 2022, mas, em razão da pandemia de covid-19, foi estendido até agosto de 2024. No ano passado, o PRO-Português formou mais de 4 mil docentes, de acordo com o Ministério da Educação, Juventude e Desporto (MEJD).

O português é um dos idiomas oficiais do território nacional e existe um esforço do governo para tornar a língua mais popular no país. Desde a restauração da independência, em 20 de maio de 2002, Timor-Leste faz parte da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), grupo que representa mais de 260 milhões de pessoas no mundo.

Na tentativa de tornar o ensino de português mais qualificado no país, o Conselho de Ministros aprovou, em 5 de abril deste ano, a alteração da Lei de Bases da Educação. Essa alteração instituiu a língua portuguesa como a único idioma de instrução, ficando o tétum como língua de apoio.

A medida foi tomada por pressão do MEJD. O ministro Armindo Maia chegou a declarar recentemente que apenas 20% das escolas de Timor-Leste utilizam a língua portuguesa em sala de aula.

Na sexta-feira, a autoridade participou do evento no INFORDEPE. Questionado sobre o investimento na língua de Camões, Armindo Maia, respondeu que “existem unidades escolaresespalhadas no país, como o Centro de Aprendizagem e Formação Escolar (CAFE) e a Escola Portuguesa, que já assumem o português como língua de ensino desde a sua fundação”.

“É importante que saibamos a língua portuguesa, porque ela é a língua da resistência. Além disso, é uma língua que dá a oportunidade de se trabalhar com agências internacionais e a comunidade da União Europeia”, enfatizou o responsável do ministério que tutela a educação.

Por sua vez, a Embaixadora de Portugal em Timor-Leste, Manuela Bairos, considerou o PRO-Português como “fundamental”. “Eles (professores) são ferramentas de ensino e consolidação do português em Timor-Leste”, argumentou Manuela.

Estima-se que pouco mais de 30% dos 1,3 milhões de habitantes de Timor-Leste tenha domínio da língua portuguesa.

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