Timor Post –Alguns dos problemas enfrentados pelos professores e alunos no sistema educativo de Timor-Leste encontram-se no currículo escolar, na metodologia de ensino e na língua, disse António José, professor português no Centro de Aprendizagem e Formação Escolar (CAFE) localizado no Suai.
As declarações ao Timor Post surgiram no âmbito de uma cerimónia de receção de 60 professores portugueses para exercer funções nas 13 escolas CAFE em todo o território nacional. A cerimónia decorreu esta quarta-feira (01.03), na embaixada de Portugal, em Díli.
Na observação do professor, o currículo deveria ser atualizado, sobretudo os programas para as disciplinas de Sociologia, História, Geografia, entre outras. “Acho que este seria um passo importante para a melhoria do sistema de ensino”, afirmou António.
“Os professores portugueses estão aqui não só para lecionar, mas também para fazer acompanhamento pedagógico dos professores timorenses. Se formarmos professores melhores, um dia eles também vão formar alunos melhores”, observou o docente.
A questão da língua, apontou o professor português, é um problema fundamental para formadores e estudantes timorenses. Recentemente, o Ministro da Educação, Juventude e Desporto (MEJD), Armindo Maia, declarou que 80% das escolas de Timor-Leste não utilizam bem o português em sala de aula. O português é uma das línguas oficiais do país.
A embaixadora de Portugal em Timor-Leste, Manuela Bairos, contou que, em viagens pelo país, nota muitas pessoas a reagir em português. “Bem ou mal, as pessoas reagem e tentam falar português. Creio que, a partir do momento em que as pessoas sintam confiança para aprender o idioma, o número de falantes de língua portuguesa vai aumentar”.
Já Armindo Maia, ao ser questionado sobre a grande diferença de qualidade entre as escolas públicas e os CAFE, pediu aos diretores das escolas públicas que olhem a gestão dos CAFE como um exemplo a seguir. “A partir do exemplo dos CAFE, podemos contribuir para a melhoria do sistema educativo”, declarou.
O CAFE é um projeto da cooperação dos governos português e timorense, assinado em 2014. A iniciativa pretende melhorar a qualidade da educação do país, através do ensino em língua portuguesa e da formação de professores nacionais.
Para este ano, os dois países aprovaram a vinda de 130 docentes internacionais. Em 2022, estiveram a ensinar nas instalações dos CAFE 217 profissionais timorenses, estando previsto um aumento para este ano letivo.
São 11.000 os alunos que frequentam as 13 escolas CAFE, distribuídos por: Pré-Escolar (1.676), Ensino Básico (7.332) e Secundário Geral (1.890). (JS)
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